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Ciclo de Palestras: A Aventura de Fernão de Magalhães

Neste sábado (7), o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) convida o público para conhecer a história do navegante português Fernão de Magalhães, experiente em viagens pelos oceanos Atlântico e Índico.  A edição do Ciclo de Palestras traz o tema A aventura de Fernão de Magalhães: novos saberes e velhos sabores, apresentando algumas de suas viagens, com destaque para a expedição às Terras Incógnitas, trazendo reflexões sobre as circunstâncias desta aventura e uma conversa abordando a utilização dos instrumentos levados nos navios, a importância do comércio das especiarias e seus sabores.

O evento contará com a participação da Dra. Heloisa Meireles Gesteira, pesquisadora da Coordenação de História da Ciência e da Tecnologia (COHCT) do MAST, e do Dr. Ronaldo Almeida, pesquisador aposentado da Coordenação de Educação em Ciências (COEDU) do MAST.

Venha conhecer mais curiosidades sobre o tema no Ciclo de Palestra! A atividade começa às 15h e faz parte da programação de Fim de Semana do MAST. A entrada é gratuita!

Sobre o tema:

Há 500 anos, precisamente em 13 de dezembro de 1519, a frota comandada por Fernão de Magalhães estacionou na então chamada Baía de Santa Luzia, onde hoje se localiza o Rio de Janeiro, no que seria o trajeto mais fácil da longa aventura náutica que empreenderam 239 homens em 5 naus em 20 de setembro desse ano, saindo do porto de Sanlúcar de Barrameda, na Espanha. Relembrar em 2019 esta viagem, a primeira experiência de circum-navegação, nos leva a refletir sobre as motivações que levaram os impérios da época a investir em grandes viagens marítimas e sobre as condições técnicas que permitiam o deslocamento por mares desconhecidos.

O navegante português Fernão de Magalhães, experiente em viagens pelo Atlântico e pelo Índico, conhecedor de informações ainda sigilosas sobre a existência de novas terras e de uma possível passagem para as Índias, que apareceria navegando em direção do extremo sul do Novo Mundo, vira capitão de uma missão delirante, sob patrocínio do Império Espanhol. O poderoso império de Carlos I aspirava encontrar uma rota inédita para acessar às Ilhas Molucas, o famoso e rico arquipélago das especiarias, sem atravessar os mares portugueses.

Em uma viagem cujo destino final já estava definido, mas cujo caminho era apenas parcialmente conhecido e imaginado pelos cosmágrafos dos séculos XV e XVI, Magalhães vai se deparar com múltiplos desafios no percurso, como revoltas da tripulação, abandono da jornada por comandantes de navios que compunham a frota, a fome e a sede,  longas tempestades e pasmosas calmarias. Além da determinação de manter sua autoridade, Magalhães tinha a obsessão de cumprir o seu compromisso: atingir as Molucas navegando sempre rumando ao Poente.

Após meses navegando por rotas já traçadas, em março de 1520 a frota iniciaria uma viagem por lugares desconhecidos, as Terras Incógnitas. Perambulando por 6 meses, em pleno inverno, entre enseadas e recifes cada vez mais gelados e trevosos, atingem o ápice austral do Novo Mundo em 26 de novembro de 1520, atravessando o estreito que receberia seu nome, o Estreito de Magalhães, alcançando as águas daquele que esses argonautas chamarão de Oceano Pacífico.

Daí em diante, depois de fartas perdas humanas e materiais, assim como revoltas dos tripulantes, além do delírio da fome e da sede; a ansiedade por chegar às ilhas das especiarias  seriam as companheiras durante longos quatro meses, até avistar aquelas que denominaram as Ilhas dos Ladrões (Ilhas Marianas), porta de entrada para o Arquipélago das Molucas, onde a minguada frota de Magalhães, já em frangalhos, aportou em 17 de março de 1521. Após o cumprimento da missão, a viagem de Magalhães teve muitos desdobramentos, incluindo sua própria morte, sendo Sebastião Elcano quem assume o comando do grupo depois.

Algumas reflexões sobre as circunstâncias desta expedição, uma conversa sobre a utilização dos instrumentos levados nos navios, a importância do comércio das especiarias e seus sabores serão explorados no encerramento do Ciclo de Palestras do MAST de 2019.

Além de refletirmos sobre a importância desta viagem para a construção da Ciência Moderna, esta palestra pretende proporcionar uma experiência imersiva deste episódio marcante, e o público o perceberá até no ar …

Sobre os palestrantes

Heloisa Meireles Gesteira

Possui graduação em História e mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é pesquisadora titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins; Professora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Professora Adjunta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil Colônia, atuando principalmente nos seguintes temas: Circulação de ideias e práticas científicas durante a Época Moderna; Holandeses no Brasil; Historia Social da Ciência, Historia dos Instrumentos Científicos, Cultura Material, História e Ciência; Viagens, relatos e representações da natureza. Desde 2008 compõe a editoria científica da Revista Brasileira de História da Ciência.

Ronaldo de Almeida Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e doutorado em Ecology – University of Oxford (1985). Encerrou sua vida profissional como pesquisador titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins em 2017. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Permanente, atuando principalmente nos seguintes temas: divulgação científica, interatividade, espaços não formais e aprendizagem.