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200 anos de ciência e tecnologia no Brasil: um olhar a partir dos artefatos

Refletir sobre o uso dos objetos científicos e tecnológicos das instituições nacionais de pesquisa é uma das formas de entender os caminhos da ciência no Brasil e da própria construção da nação brasileira. É essa a perspectiva da exposição “200 anos de ciência e tecnologia no Brasil: um olhar a partir dos artefatos”, que o Museu de Astronomia e Ciência Afins (MAST) inaugura no próximo dia 14 de agosto, às 16h30, no segundo andar do seu prédio sede.

Cerca de 100 objetos que foram destaque na época em que foram produzidos ou ao longo da suas trajetórias compõem a mostra. A primeira parte da exposição começa em 1822 e vai até 1922, com a apresentação de alguns artefatos de C&T procedentes de algumas das instituições de pesquisa do século XIX. O ano de 1922 será um marco que divide os dois séculos retratados, apresentando a exposição do centenário da independência. A segunda e última parte será de 1922 a 2022, em que o foco são as universidades e os objetos de ciência e tecnologia dos institutos localizados no Rio de Janeiro.

Por meio desses artefatos dos diferentes institutos, é possível olhar para a nação brasileira sob a ótica da ciência e tecnologia. Na avaliação do diretor do MAST, Marcio Rangel, dar visibilidade a essas coleções é fundamental para a compreensão da nação brasileira e faz parte da missão do MAST. “Temos procurado reforçar o papel do MAST como um instituto de pesquisa, preservação e divulgação da ciência e tecnologia brasileiras. Neste sentido, procuramos destacar o papel do MCTI e dos demais institutos de sua estrutura, na qualidade de vida da nossa sociedade. Além da produção do conhecimento científico, nossos institutos geraram o que chamamos de patrimônio histórico, um conjunto formado por documentação textual e iconográfica e por objetos/artefatos que participaram de projetos importantes para a ciência brasileira. A nossa missão, como museu, nos permite desempenhar um papel estratégico de transmitir mais rapidamente para a sociedade a ciência produzida nesses espaços”, resume.

Para conseguir alcançar essa dimensão, o MAST fez parcerias com diversas instituições, a maioria delas também vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que cederam seus objetos para a exposição. Entre as entidades que estarão presentes destacamos o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os observatórios do Valongo e Magnético de Vassouras, o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), entre outros. Instrumentos do acervo do MAST são parte considerável da exposição e também estarão presentes.

Como algumas dessas instituições não possuem museu, a museóloga do MAST Cláudia Penha dos Santos destaca a importância desses objetos poderem ser conhecidos pelo público graças à exposição. “Estamos trazendo objetos de instituições que não têm museu, mas que têm um acervo que é importante testemunho do processo de construção da ciência nacional”, ressalta.

Entre os itens abertos à visitação, estão os óleos de Lobato, do INT, que são amostras de óleo recolhidas em 1934 em Lobato, na Bahia, que comprovaram a existência de petróleo em território nacional. Também haverá peças do século XIX que foram produzidas no arsenal da Corte no Rio de Janeiro e que fazem parte do acervo do MAST.

E se o foco é nos artefatos, por que não deixar que eles mesmos falem por si? Na “biblioteca de objetos”, o público vai se surpreender ao se deparar com artefatos que narram sua própria história.

Já a última sala faz uma relação dos objetos como fonte de memória, refletindo a necessidade de questionar o predomínio de pesquisadores brancos na história da ciência e na sociedade atual.

Serviço:
“200 anos de ciência e tecnologia no Brasil: um olhar a partir dos artefatos”
Visitação: de 15 de agosto de 2023 a 30 de setembro de 2024
Horário de funcionamento: de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 16h30; sábados e feriados das 14h às 17h30.
Grátis