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Ciclo de Palestras

Ciclo de Palestras: Conversas sobre o eclipse solar de Sobral

Como parte das celebrações pelos 100 anos do Eclipse de Sobral, que este mês ganha a exposição O Eclipse – Einstein, Sobral e o GPS no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), a edição do Ciclo de Palestras de maio traz o tema O imaginário mítico de Einstein e da Teoria Geral da Relatividade, com detalhes sobreofenômeno que confirmou a teoria de Albert Einstein. A atividade acontece no próximo sábado (25), e conta com as palestras da historiadora Moema de Vergara (MAST), do astrônomo Jaime Villas da Rocha (UNIRIO), e do astrofísico Rundsthen de Nader (UFRJ), que debatem a história do Eclipse no céu do Nordeste Brasileiro.

O Ciclo de Palestras começa a partir das 15h , no auditório do Prédio Anexo do MAST. A atividade é gratuita e a dica é chegar às 14h30, quando começa a distribuição de 80 senhas para participar dos debates. A iniciativa faz parte da programação de Fim de Semana do MAST.

Sobre o Eclipse de Sobral

Nas primeiras três décadas do século XX aconteceu uma verdadeira revolução nas ciências, na forma como entendíamos o Universo e na compreensão da relação entre a sociedade e a produção do conhecimento científico. Dentre as teorias ousadas, destaca-se a Teoria Geral da Relatividade, publicada por Einstein em 1915, em plena I Guerra Mundial, portanto, fornecia explicações originais para alguns problemas da Física e da Astronomia. Um desses problemas era o suposto desvio que sofreria a luz das estrelas distantes ao passar perto de um objeto com muita massa, como o Sol. A solução oferecida por Einstein não apenas contradizia o valor – nunca medido – aceito na época, como propunha uma nova e peculiar forma de entender os conceitos de espaço, tempo e matéria.

Uma parcela considerável dos cientistas tende a ser conservadora em relação a novas propostas, em qualquer época da história. Mas o destacado físico e astrônomo britânico Sir Arthur Eddington se interessou pelas idéias de Einstein, conseguindo propagar entre alguns dos seus colegas a suspeita de que as previsões da teoria eram válidas. Em um cenário bélico, onde Eddington era hostilizado pela sua atitude pacifista, a proposta de planejar uma missão astronômica para observar o eclipse solar de 29 de maio de 1919, apenas visível em uma faixa na região tropical encontrou alguma oposição mesmo no meio científico. Contudo, destinar o grande esforço dessa missão para comprovar a duvidosa teoria de um cientista alemão, parecia algo além do admissível, inclusive para uma fatia apreciável do povo britânico. Eddington, apoiado pelo astrônomo real Frank Dyson, se empenhou desde 1917 em organizar duas quiméricas expedições, uma para a Ilha de Príncipe, na África; e outra para Sobral, no Ceará, onde seria observável o fenômeno astronômico. Entretanto, o armistício de uma guerra mundial precisava ser assinado para que qualquer empreitada científica pudesse acontecer.

A teoria de Einstein foi comprovada na missão de Sobral, e com esse sucesso o cientista alemão e suas teorias viraram assuntos midiáticos. Várias outras previsões da teoria ficaram em aberto, e fariam parte dos grandes desafios conceituais e tecnológicos que tentariam ser resolvidos ao longo do século XX, e que ainda geram perplexidades e notícias fascinantes no século XXI. Neste debate-palestra, o diálogo de três pesquisadores permitirá ficar por dentro dos acontecimentos de um dos episódios mais marcantes da história da ciência.

Palestrantes

Moema de Rezende Vergara

Possui graduação em história pela Universidade Federal Fluminense, mestrado em História pela Universidade Federal Fluminense e doutorado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente é professor do quadro permanente do PPGEFHC da Universidade Federal da Bahia, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e pesquisador titular – Museu de Astronomia e Ciências Afins. Tem experiência na área de História, com ênfase em História, atuando principalmente nos seguintes temas: história da ciência, divulgação científica, século XIX história do Brasil e território.

Jaime Fernando Villas da Rocha

Professor Adjunto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, possui graduação em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, mestrado em Astronomia pelo Observatório Nacional e doutorado em Astronomia pelo Observatório Nacional. Tem experiência na área de Astronomia, com ênfase em Colapso Gravitacional, atuando principalmente nos seguintes temas: colapso gravitacional, buracos negros, auto-similaridade, condições de energia e fenômeno crítico.

Rundsthen Vasques de Nader Graduado em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Astronomia pelo Observatório Nacional e doutorado em História da Ciência, das Técnicas e Epistemologia pelo HCTE/UFRJ. Tem experiência na área de Astronomia, com ênfase em Astrofísica Estelar e Ensino e Extensão Universitária, com divulgação, difusão e popularização de ciência. Trabalha também com pesquisa em Arqueoastronomia e História das Ciências no Brasil com ênfase em História da Astronomia. Também a professor do Programa de Pós Graduação em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia/UFRJ.